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O que é a Dermatite Atópica Canina?
A dermatite atópica canina é uma doença alérgica na qual o sistema imunitário do animal reage de forma exacerbada perante a presença de determinados agentes (alérgenos), como: pólen, ácaros da poeira, bolores, gramíneas, entre outros; causando inflamação cutânea e coceira intensa.
Além dessa hipersensibilidade, esses animais também possuem anormalidades na barreira cutânea, o que causa ressecamento e infecções bacterianas e fúngicas recorrentes em pele e ouvidos.
É uma alergia de caráter genético e atinge cerca de 30% de toda a população mundial canina, gerando grande impacto na qualidade de vida dos animais acometidos e de suas famílias.
Dentre as raças mais acometidas estão: shi tzu, lhasa apso, bulldog francês, bulldog inglês, golden retriever, pug e yorkshire.
Quais os principais sintomas?
Os sintomas são variáveis e a coceira é o sinal mais característico, podendo aparecer antes mesmo das lesões. Como consequência do coçar intenso e persistente, podem surgir áreas com falhas de pelo ou escoriações.
Além do prurido, o animal pode apresentar:
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Vermelhidão em abdômen, patinhas, axilas, queixo, orelhas e ao redor do ânus, olhos, e lábios;
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Mordiscamento e lambedura entre os dedos e entre os coxins;
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Arrastar de “bumbum” no chão;
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Otites recorrentes;
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Infeções de pele com recidivas após tratamento (nesse caso, também é possível observar lesões similares à espinhas, oleosidade excessiva e descamação cutânea);
Escurecimento e engrossamento da pele (nos casos mais crônicos).
Por que muitos tratamentos são frustrantes?
Antes de instituir o tratamento da dermatite atópica canina, a realização de um diagnóstico correto é essencial, sendo necessário excluir outras causas alérgicas (dermatite alérgica a picada de pulgas e hipersensibilidade alimentar), bem como causas parasitárias, como as sarnas.
O principal motivo para o insucesso dos tratamentos é o uso da terapia certa no momento errado! É importante que as infecções secundárias por bactérias e fungos sejam tratadas de forma eficaz e que a escolha da medicação seja realizada conforme o quadro clínico do paciente.
Afinal, qual o melhor tratamento para dermatite atópica canina?
Para que haja sucesso no tratamento, é necessário avaliar e discutir com os tutores o benefício de cada intervenção recomendada, seus efeitos colaterais, sua facilidade de administração e o custo como modalidade única ou combinada.
Medicações de uso contínuo são prescritas para o controle da inflamação e do prurido, como a ciclosporina, maleato de oclacitinib e lokivetmab. Glicocorticóides geralmente são utilizados nas crises, mas a longo prazo causam mais malefícios que benefícios, e devem ser evitados.
Os tratamentos tópicos também são muito importantes e, para tal, são utilizados produtos como xampus e cremes emolientes e hidratantes, além de soluções que auxiliam na reposição da barreira cutânea.
A imunoterapia alérgeno-específica (também chamada de hiposensibilização ou vacina) é uma opção, sendo o único tratamento capaz de fazer com que o animal fique mais resistente aos alérgenos dos quais é sensível.
Por fim, é importante que o animal seja avaliado por um profissional capacitado e experiente para que haja a escolha do melhor protocolo de tratamento, que deverá ser personalizado para cada paciente.
M.V. MSc. Vanessa Stuart Marques
CRMV-MG 13542